Quem utiliza telefone celular
em Resplendor percebeu que nos últimos dias uma série de problemas tem surgido
com as operadoras que prestam serviços na cidade. Quando não estão fora de
serviço é a ligação que não completa ou é falhada. Vez por outra, consumidores
reclamam que fazem chamadas, mas que o número chamado não atende porque não
recebe a ligação. Problemas técnicos que já deveriam ter sido sanados, dado o
tempo que esse serviço já é oferecido.
Além disso, uma brecha na
regulamentação da telefonia móvel no país acabou por criar outro problema sério
para os consumidores. De acordo com as normas da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), apenas 80% da área urbana dos municípios deve ser
obrigatoriamente atendida pela rede das operadoras, criando as chamadas zonas
de sombra (ou pontos cegos). Enquanto nas capitais o transtorno maior é
referente ao congestionamento de linhas, em cidades menores, como é o nosso
caso, atendimento é deficiente e a zona rural sequer é atendida pelo serviço.
O Brasil tem atualmente 5.565 municípios, divididos em 27
estados. Nos últimos quatro anos, 16 mil antenas de celular foram instaladas no
País. Com isso, o número de linhas saltou para aproximadamente 231 milhões.
Hoje, o Brasil tem uma média de 1,2 aparelhos de celular por habitante. Entretanto,
muitas cidades, sobretudo as pequenas, ainda têm
a cobertura de uma ou, se muito, de duas empresas. Isso obriga aqueles que
viajam para os chamados “pontos cegos” a ter mais de um aparelho, com chips de
operadoras diferentes. Nesses casos, o
costume das operadoras é compartilhar a mesma antena em vez de instalar uma
segunda, o que garantiria a ampliação da área de cobertura para além dos 80%
exigidos pela Anatel e a redução das zonas de sombra. Isso porque são cidades
de pequeno porte, com reduzido número de possíveis clientes. No nosso caso, por
ser uma zona divisória de estados, os usuários, sobretudo vendedores e
taxistas, ainda precisam ter chips da mesma operadora de MG e do ES.
Resplendor é uma cidade com um
grande número de pessoas que já viveram algum tempo nos Estados Unidos ou na
Europa e, consequentemente, acostumados com serviço de telefonia de melhor qualidade.
De regresso à Terra Ubérrima, nossos cidadãos logo se queixam da telefonia
móvel que, à semelhança do sinal de internet, é de péssima qualidade se
comparado com modelos internacionais. O custo é um outro fator de desaprovação.
Falta um maior interesse político para se resolver esse problema. Mas, quem
resolver ligar para nossos representantes, provavelmente ouvirá a malfadada gravação de sua
operadora: “temporariamente não podemos completar sua ligação...”